terça-feira, 23 de outubro de 2007

História de Vida - Generalidades


Na linha de pensamento de Christine Josso, Histórias de Vida , constituem toda a narração que se faz sobre a globalidade da vida e a abordagem biográfica à narração realizada tendo como contexto a globalidade da vida, mas centrada numa problemática específica (reconhecimento).

O levantamento de histórias de vida pode fazer-se com base em biografias, autobiografias, mas igualmente em diários, portefolios e outras fontes de informação similares. É enorme a riqueza e complexidade da informação recolhida. Esta é a razão pela qual este tipo de estudos são também designados de intensivos, em oposição, aos de natureza extensiva, que recorrem a técnicas como os questionários estandardizados destinados a grupos mais ou menos extensos.

Por outras palavras, o levantamento da história de vida do adulto permitirá elaborar um balanço das suas competências em dois momentos fundamentais: primeiro, o retraçar do caminho (pessoal, profissional, escolar...) que percorreu, pelas actividades que realizou, pelos acontecimentos em que participou, pelas pessoas que conheceu e aquilo que daí aprendeu; segundo, a projecção destas aprendizagens para os seus desejos, para os projectos de vida que terá capacidade de realizar no futuro, a partir do momento em que toma consciência das suas potencialidades.

É muito importante que, num primeiro tempo, as “histórias de vida” permitam às pessoas fazer um balanço retrospectivo das suas vidas: olhar para todo o caminho percorrido, para os acontecimentos, as situações, as actividades, as pessoas significativas que encontraram. O segundo é considerar nesse balanço os recursos, os projectos e os desejos que são portadores de futuro. No passado, não há somente as coisas que ocorreram, há também todo o potencial que cada indivíduo tem para prosseguir a sua existência no futuro. Os dois tempos são importantes, não podemos pensar no futuro se não há uma reflexão crítica sobre o que foi o passado e se não pensamos também sobre todos os recursos que acumulámos progressivamente no decurso da nossa vida passada, incluindo também os projectos e os desejos que deixámos e que constituem potencialidades para o futuro.

Este tipo de conhecimento construído a partir da experiência é um outro tipo de saber, mais pessoal e humano que parte habitualmente de questões como estas: «Como me tornei no que sou hoje?», «Por que penso aquilo que penso?».

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